O Tribunal de Contas dos Municípios rejeitou as contas da Prefeitura de Itamari, da responsabilidade da prefeita Palloma Emmanuela Tavares Antas, relativas ao exercício de 2019. Além de ultrapassar o limite máximo para despesa total com pessoal, descumprindo o previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, a gestora também extrapolou o limite legal para a Dívida Consolidada Líquida do município. A decisão foi proferida na sessão desta quinta-feira (18/03), realizada por meio eletrônico.
O relator do
parecer, conselheiro Paolo Marconi, determinou a formulação de representação ao
Ministério Público Estadual contra a prefeita para que seja apurada a prática
de ato de improbidade administrativa. Os conselheiros do TCM aprovaram, ainda,
multa no valor de R$44.280,00 – que corresponde a 30% dos subsídios anuais da
prefeita –, pela não recondução dos gastos com pessoal ao limite previsto na
LRF. Também foi imputada uma segunda multa, no valor de R$7 mil, pelas demais
irregularidades apontadas no relatório técnico.
A despesa total com pessoal – com a
aplicação da Instrução nº 003 – representou 64,26% da Receita Corrente Líquida
de R$23.623.192,40, superando o limite de 54% previsto na Lei de
Responsabilidade Fiscal. Sem a aplicação da instrução alcança 66,50%.
Já a Dívida Consolidada Líquida do
município representou, no 3º quadrimestre de 2019, 156,47% da Receita Corrente
Líquida, acima do limite de 120% estabelecido na Resolução 40 do Senado
Federal. O conselheiro Paolo Marconi destacou que a gestora, ao assumir a prefeitura
em 1° de janeiro de 2017, encontrou a Dívida Consolidada Líquida abaixo do
limite de 1,2 vezes a RCL (96,96%), e que no final do mesmo ano ela já havia
extrapolado, elevando para 193,09%.
O relatório técnico também registrou,
como irregularidades, a reincidência na omissão da cobrança da dívida ativa;
celebração de aditivos contratuais sem comprovação da obtenção de preços e
condições mais vantajosas para a administração; contratação direta sem
comprovação da singularidade do objeto; transferências de recursos da conta do
Fundeb para outras contas bancárias da prefeitura sem suporte documental;
falhas na inserção de dados no sistema SIGA, do TCM; e omissão na cobrança de
seis multas (R$39.900,00) e de quatro ressarcimentos (R$5.061.413,04) imputados
a agentes políticos do município.
Cabe recurso da
decisão.
Fonte: TCM
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