Auditoria realizada por técnicos do
Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia apontou irregularidades e
inconsistências nos processos de compra, armazenamento e distribuição de
medicamentos por parte da Prefeitura de Casa Nova, que tem como responsável o prefeito
Wilker Oliveira Torres. O conselheiro Fernando Vita, que relatou o processo de
análise da auditoria, na sessão desta terça-feira (20/04), realizada por meio
eletrônico, aplicou ao prefeito multa no valor de R$3 mil.
A auditoria
temática na área da Saúde foi realizada pelo TCM em 17 municípios baianos –
selecionados com base na matriz de risco elaborada a partir de informações dos
bancos de dados do próprio tribunal – para averiguar os gastos com a compra de
medicamentos que são distribuídos com a população, as condições de
armazenamento, validade e instalações físicas das farmácias e dos equipamentos
indispensáveis à conservação dos remédios. Os documentos analisados são
relativos aos exercícios de 2018 e 2019.
No exercício de 2018, a Prefeitura de Casa
Nova firmou contratos com a empresa “Distribuidora de Medicamentos
Hospitalares”, no valor total de R$5.361.310,08. Já em 2019, a administração
promoveu pregão presencial para registro de preço, o qual ensejou a assinatura
da ata de preços pelas empresas “Dental Center, CS ME Produtos Odontológicos e
Hospitalares”, “Zuck Papéis”, “SO Saúde Produtos Hospitalar” e “Hospitalmed”,
visando a aquisição de medicamentos, no valor total de R$2.474.899,39.
O conselheiro Fernando Vita ressaltou,
em seu voto, que faltou planejamento da administração municipal para as
aquisições dos medicamentos e que não foram apresentadas as devidas
justificativas para as aquisições, especialmente acerca da quantidade de
medicamentos a serem comprados. Pontuou ainda que, com a ausência de controle
adequado nas aquisições e distribuição de medicamentos não foi possível atestar
a eficácia e eficiência dos serviços de distribuição de medicamentos na
municipalidade.
Considerou, por
fim, precárias as condições da Central de Abastecimento – um dos quatro locais
onde os medicamentos ficam armazenados –, vez que foram identificadas uma série
de irregularidades, como umidade/mofo aparente em parte das instalações e
ausência de lâmpada fria.
O Ministério
Público de Contas, através da procuradora Aline Paim Rio Branco, o opinou pelo
conhecimento e procedência das conclusões da auditoria, com aplicação de multa
ao gestor.
Cabe recurso da
decisão.
Fonte: TCM
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